Um poema para Zé do Passo
É com leveza que vens
Rompendo a Aurora com flores
Podando da gente as dores
Com seu dançar inconteste
De fisionomia agreste
Que o Recife pôs nos braços
E pôs nós com firmes laços
Se curvando ao seu talento.
Viva o artista movimento
Que faz poema com o passo.
És a seiva da beleza,
A nata do que é puro
Trepidando assim no duro
Com os seus passos em plumas
O meu Recife se apruma
No teu forte espinhaço
Naquela queda-de-braço
Entre o belo e o encantamento
Viva o artista movimento
Que faz poema com o passo.
Foi tão bom que te conheci
Naquela noite estrelada,
Nas auroras encantadas
Aonde os blocos levitam
Que a saudade não evitam
Nutrissem sem embaraço
Buscando com teus braços
Abraçar o firmamento
Viva o artista movimento
Que faz poema com o passo.
Falo de um grande Zé
Um passista inveterado,
Um nordestino arretado,
Um Zé com z maiúsculo
Sem forças nos seus músculos
Para o mal de um embaraço
Onde o ruim não tem espaço
No Seu peito de talento.
Viva o artista movimento
Que faz poema com o passo.
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